Teoria das Formas de Governo - Norberto Bobbio
1 - Heródoto: Antes mesmo de
Aristóteles sistematizar parte do conhecimento a respeito de política, Heródoto
escreveu um livro em que três personagens debatem acerca de qual seria a melhor
forma de governo para governa a Grécia. Entre eles um defende que a Monarquia é a pior das formas de
governo, uma vez que o monarca fica com grande poder concentrado em suas mãos e
age da forma que bem entende, não respeitando o povo, sendo levado pela inveja,
ambição e desrespeito. Já a Isonomia,
ou governo de todos, seria uma forma bela de governo, uma vez que o povo decide
os destino do estado, os magistrados devem prestar contas de suas ações e os
cargos públicos são escolhidos por sorte.
Um outro argumento em
favor da oligarquia, defendendo que o governo do povo "isonomia" falha uma vez que falta
educação e conhecido para o povo escrever sua própria história, ele diz que um
tirano age pensando, já o povo agente por instinto. Por sua vez um governo em
que um grupo de homens, os melhores homens governassem, seria a melhor forma de
governo, já que estes ficariam livre da tirania de um só e teriam suas decisões
tomadas com base no julgamento dos melhores.
Um outro cita que a
oligarquia não é uma boa forma de governo, uma vez que poderia haver desavenças
entre os homens e uns tentariam tomar o poder chegando a se tornar a melhor
forma a monarquia, já o governo do povo seria facilmente corrompido até que um
dos homens tomaria o poder em favor dos outros, e a monarquia seria novamente
instaurada como a melhor forma de governo.
2 - Platão: Muito se fala
sobre a teoria das formas de governo, quais delas seriam a melhor ou pior do
ponto de vista "bem social", para Platão as formas de governo seriam:
Aristocracia, Timocracia, Democracia, Oligarquia e Tirania. Os governos reais seriam 4: Timocracia,
Oligarquia, Democracia e Tirania, os governos ideais seriam dois: Monarquia e
Aristocracia. Onde seria a Aristocracia a mais pura das formas de governo e
seu lado corrompido seria a Oligarquia, por sua vez a Democracia seria a
corrupção da forma políteia e a
tirania seria a corrupção da monarquia. Timocracia seria o estado de transição
entre o governo puro e os demais, estado governado baseado na honra, seria os
estados militares assim com Esparta. Para Platão distinguir a forma de governo
é um trabalho possível quando se pergunta quem governa?
3 - Aristóteles: Assim como
Platão, Aristóteles tinha a concepção que para identificar uma forma de governo
deveríamos perguntar "Quem Governa?" e "Como Governa?",
dessa forma ele descreve como sendo possível a existência de três tipos de
constituição, aquela que governa por um seria monarquia, aquela que governa por poucos seria aristocracia e aquela que governa por muitos, seria a politia. Em suma quando um governo é
feito com base o bem comum este é bom, mas quando é realizado em função
particular todas as três teriam seu lado corrompido, como conseqüência das
formas boas, teríamos as formas más, que seriam respectivamente: Tirania, Oligarquia e Democracia.
Para
Aristóteles oligarquia e democracia não eram governos de poucos e de muitos,
mas sim de ricos e pobres – o fato de poucos serem ricos e muitos serem pobres
geram essa confusão. A politia é uma fusão de oligarquia e democracia, ou seja,
é um regime em que há a união de ricos e pobres. Essa união deveria aliviar a
tensão entre esses dos grupos e assegurar a paz social, o que torna a politia
uma forma boa, pois assim se alcançaria a estabilidade do governo. Isso
mostra a teoria de Aristóteles que acreditava que de duas más formas de governo
poderia surgir uma boa forma de governo. Essa visão de mistura das más formas
de governo para se obter uma forma boa é, como diz Bobbio, “um
dos grandes temas do pensamento político ocidental, que chega até nossos dias”.
4 - Políbio: Argumenta sobre
as formas de governo descrevendo como seis as formas de governo, onde três
seriam as boas e três seriam as más, sendo: reino, aristocracia, democracia, tirania,
oligarquia e oclocracia, num segundo momento o
autor falar que elas fazem parte de um grande circulo, onde a uma sucede a
outra afim de se aproximar das boas, e existe uma outra forma de governo, a que
seria a síntese das formas boas, esta por sua vez seria a melhor das formas de
governo que é a constituição romana.
A tese
de Políbio, segundo Bobbio, é a de que “todas as constituições simples são más
porque são simples (mesmo as constituições retas)”. Sendo assim, a única forma realmente boa é a do governo misto, isto é,
uma forma que combine as três formas clássicas. A forma que combina as três
formas clássicas é a constituição
romana, formada pelos cônsules, o senado e as eleições populares. É
nessa forma de governo que se obtém o equilíbrio das três forças, já que
nenhuma parte é autônoma e porque tem impedidos os impulsos agressivos, por
sofrerem um controle recíproco.
Os clássicos da ciência política - Francisco C.
Weffort
1 - Maquiavel: Criticado por
muitos e mal compreendidos por muitos outros, Maquiavel escreveu obras que
refletiam sobre o Estado, seja ensinando os governantes a governar, ou
mostrando aos governados como os governantes o governam. O autor florentino
inaugura uma nova concepção de ciência política, a descritiva, onde procura
narrar os fatos como de fato eles acontecem, rompendo com a tradição idealista
de alguns outros grandes autores. Anarquia
x Principado e República, Maquiavel diz que o ser humano em seu estado de natureza estaria na desordem
e na anarquia, e que existe sempre duas forças uma que quer dominar e a outra
que não quer ser dominada. Se todos os homens desejassem o domínio, então não
teria oposição ao governo dos que querem dominar, ainda é importante lembrar
que quando o Estado está em anarquia é preciso uma entidade forte que mantenha
a integridade do estado. Virtú x
Fortuna, está idéia do florentino diz que a fortuna é conseqüência da
virtude e esta virtude do governante deveria se buscar a aceitação de seus
governados,
2 - Hobbes: Hobbes é um dos
teóricos considerado de contratualistas,
dizendo ele ser o estado de natureza do homem instável, onde cada homem seria o
lobo do próprio homem, onde o homem naturalmente atacaria o outro primeiro por
lucro, depois pra se defender e em alguns casos por mesquinharia (glória),
dessa forma seria o homem instável e este necessitaria de alguém que mantivesse
a ordem, esse seria o Estado. O homem essencialmente busca a glória e está em estado de natureza de guerra onde todo
homem faz o possível e impossível para manter-se sempre com honra (dinheiro,
visão dos outros para ele, poder), dessa forma surge o lex (lei) para regular o
individuo e dizer o limite de sua ação, lex não pode ser confundida com jus
(direito), o direito é a liberdade do individuo de fazer ou omitir, enquanto a
lex o diz se é pra fazer ou omitir. Leis
da Natureza, Hobbes também fala disso, diz ele lex naturalis nada mais
seria que leis básicas criadas pela razão (homem) com preceito de não permitir
o homem fazer tudo o que deseja, a primeira delas seria a busca pela paz onde o homem ao buscar a paz poderia abrir mão de
tudo e fazer o que for possível quando não houver mais esperança de alcançá-la.
Diz o autor que o homem tem o direito
natural a todas as coisas, mas ele deve abrir mão desse direito em prol dos
outros, só assim será possível manter a paz, e o direito do outro também deve
ser limitado, caso contrário seria injusto um abrir mão de seu direito
(liberdade) e o outro não, neste caso seria preciso o estabelecimento de um
Estado soberano o qual possui a espada (força) para fazer valer as leis
naturais, uma vez que na ausência deste cada um respeitaria as leis quando
quisesse. Igualdade e Liberdade, já
foi falado sobre a igualdade, ela que é a geradora de todos os conflitos do
homem, a liberdade nada mais seria que um valor atribuído, na verdade um homem
livre é aquele que detém capacidade de realizar tais coisas e nada o impede de
fazê-la. O indivíduo ao abrir mão de sua liberdade (direito) ele abre mão de
uma liberdade específica, a do direito a vida, o homem entrega a sua liberdade
pela garantia de sua vida nas mãos do Estado e este por sua vez é obrigado a
manter o pacto, caso contrário estaria o homem autorizado a desrespeitar o
pacto e dessa forma rebela-se. Ninguém é obrigado a mata-se, produzir prova
contra si mesmo, etc. O Estado, o medo e
a propriedade, resumidamente o Estado só existe por que existe previamente
o medo no homem, este medo não é medo do Estado e sim em seu estado de natureza
existe o medo, quanto a propriedade essa seria um conforto do contrato.
3 - Locke: O Autor inglês é
de família burguesa, considerado liberal foi perseguido pelo então rei Jaime II
da Inglaterra, só retornando a sua terra natal após ser Jaime II deposto do
poder. Locke escreve alguns livros, entre eles Os dois tratados sobre o governo civil em que o inglês refuta o primeiro tratado o tratado patriarca e cria o segundo
tratado onde diz ele que o verdadeiro governo legítimo é aquele que tem o
consentimento do povo. Locke também é contratualista
e assim como Hobbes e Rossueau ele
defende um estado de natureza do ser
humano, porém seu estado de natureza é diferente do de Hobbes, o estado de
Locke não havia guerra e sim a paz, existia a propriedade privada e a
liberdade, esses seriam os direitos
naturais do ser humano. Existe ainda o trinômio estado natural/ contrato / estado civil. A teoria da propriedade: segundo
Locke o homem em seu estado de natureza tinha direito a vida, liberdade e bens,
sendo a concepção de estado de natureza
anterior a formação do Estado, então
esses direitos seriam inalienáveis, não podendo o Estado interferir. O
contrato social, no caso de Locke o estado de natureza não fica isento de casos
em que fosse ferido o direito a propriedade (liberdade, vida, bens), neste caso
os homens abririam mão do estado de natureza e passariam a forma um estado
civil, por livre e espontâneo desejo. Locke se difere de Hobbes quanto os
motivos o qual levaria o homem a instituir o estado civil, para Hobbes isso
aconteceria por causa do medo, o homem abriria parte de sua liberdade para um
terceiro assegurar que ele não seria ameaçado, para Locke é diferente, a figura
do Estado existe como forma de garantia de não desrespeito aos direitos
inalienáveis, dessa forma o Estado só teria a função de dar garantia legal
(coerção) de que os direitos naturais seriam preservados. O Direito de resistência, afirma o autor que quando o Estado deixa
de cumprir sua função, este pode ser desfeito e os homens voltariam ao estado
de natureza, onde somente Deus seria o juiz. Neste estado de resistência, seria
legitima a rebelião por parte dos governados contra o governo, tendo em vista
que este deixou de ter finalidade, passou a ser ilegal, seu principal papel que
era trabalhar a favor do povo, agora é deturpado para próprio proveito, neste
caso teríamos uma Tirania.
4 - Montesquieu: Montesquieu
era de família nobre e escreveu não para o retorno da nobreza e sim para minar
o poder dos partidos políticos que dominavam a monarquia, ele também escreve
sobre a separação dos três poderes, primeiros entendemos o que significa Lei
para Montesquieu. Conceito de Lei: Busca
o autor incrementar as leis naturais nas relações sociais, rompendo com o
teocentrismo deixa de ser Deus o autor das leis, e passa a ser as relações
sociais comparadas com relações naturais, dessa forma as leis da sociedade se
equiparariam as leis físicas. Os três
governos: Montesquieu se preocupa neste momento com a estabilidade política
(regime), diferente dos filósofos que o antecederam que se preocupava com a
origem do poder, ele busca estudar o funcionamento das instituições políticas,
para isso ele considera duas dimensões do funcionamento das instituições: a
natureza e o principio de governo. A natureza
do governo diz respeito a quem detém o poder, na monarquia seria uma só
pessoa o rei, na república todos governariam, etc. Os três governos tem como
princípios: Monarquia a honra, República
a virtude e a Tirania o Medo, cada um com suas particularidades, uma vez
que a honra dos nobres traria a luta contra o rei, o medo da tirania estaria
mais para uma extensão do estado de natureza do que um regime político, por
último sobre a virtude da república, esta sim é governada pelo bem comum e na
ausência de leis, ainda sim estaria de pé.
Os três poderes: Seriam os três
poderes a solução para estabilidade política. Os três poderes, executivo,
legislativo e judiciário, representados através de entidades públicas, teriam o
mesmo poder, de forma que um contra balancei o poder do outro, porém esse poder
tem que emanar de alguém para dar sustentação, neste caso seria o poder oriundo
da nobreza e do povo.
5 - Rousseau: O escritor tem
uma bibliografia conturbada. Nasce em uma família simples, e depois de muito
chega a ser funcionário de altas cortes, mas acaba voltando ao zero e isso
acontece por inúmeras vezes, até chegar ao ponto de doar seus filhos a um
orfanato. O contrato social: Para
Rousseau o importante não é entender como o ser humano perdeu seu estado de
natureza, essas situações hipotéticas para ele de nada vale, o mais importante
é garantir que uma vez perdido o estado
de natureza do homem, ele tenha garantia de que terá sua liberdade civil. Estabelecer as
próprias leis e respeitá-las seria para o autor um ato de liberdade do homem,
dessa forma o cidadão deveria ter condições de estabelecer leis de maneira
legítima e num clima de igualdade, só assim a liberdade seria devolvida aos
homens. A vontade e a representação: Para
o cidadão de Genebra, a vontade do povo deve ser institucionalizada, dessa
forma o governante nada mais seria que um funcionário do povo, devendo fazer o
que manda o povo e não o que lhe convém. Ele ainda afirma que em muitos casos
esse papel se confunde e o soberano quer agir por conta própria, por vontade
própria, neste caso o seu estado seria de ilegitimidade, devendo até mesmo a
Democracia, Monarquia, Aristocracia ou qualquer outra forma de governo, agir em
pró do povo, assim sendo até mesmo a monarquia teria que se adaptar, fazendo os
desejos dos cidadãos, respeitando seus costumes, crenças, território, etc.
Sobre a Representação fala o autor
que está deve ser evitada, tendo em vista que ao escolher representantes o
homem abdica de parte de sua autonomia o concedendo a outro, e não teria a
garantia de que aquele iria agir em função de seu povo e não em benefício
próprio, dessa maneira deveria buscar ter uma representação variada quanto ao
tempo caso fosse preciso existir a mesma.
1 - Kant - A Filosofia da moral e
a dignidade do indivíduo: Para Kant o conhecimento racional versa sobre objetos
ou suas leis. Objetos segundo ele são dois: natureza é objeto da física e a
liberdade é objeto da filosofia moral ou ética. O conhecimento das próprias leis
da razão só é possível para Kant se partimos da idéia de leis a priori, a ciência que estuda estas
leis é chamada de metafísica. O principio que todo evento tem uma causa que
o antecede por exemplo, no campo da física não pode ser provado, embora
possa ser confirmado, mas sem ele as experiências da natureza seriam
impossíveis, da mesma forma o principio da liberdade, a metafísica não consegue
provar sua existência, mas sem a idéia de existência do próprio conceito a
experiência e o conhecimento do mundo moral seriam impossíveis. Ainda é
importante ressaltar o dualismo existente entre Moralidade e Legalidade, sendo
a legalidade o cumprimento das normas impostas e sujeitas a coerção, já a moralidade
é a adesão do espírito a norma, sendo não passível de coerção. Para Kant o
homem é um indivíduo digno quando ele respeita as leis por ele mesmo criada, e
a busca pela paz internacional, forma republicana de governo e a organização
segundo o direito, são princípios a
priori do homem. O imperativo categórico de Kant é a lei como resultado da
moral do indivíduo, moral esta tão forte
que geraria uma lei baseada em sua crença, imperativo porque seria imposta e categórico
porque é um juízo de valor, esse imperativo também pode ser hipotético, neste
caso o fim é tido como objetivo e as normas são traçadas visando tal. A
liberdade externa e a autonomia é vista como um dos pilares de Kant, para o
autor a liberdade não consiste no ato de fazer o que quer, e sim cumprir as
leis, leis estas impostas pela autonomia onde o cidadão cria a própria lei, é
essa a liberdade de criar suas normas que Kant afirma como sendo a verdadeira
liberdade.
2 - Tocqueville
- Democracia um processo universal: Tocqueville destinou boa parte de seus
anos ao estudo da Democracia, porém com um diferencial dos contratualistas ele
busca o estudo empírico dos acontecimentos, não se prendendo a ideais. Para
isso viaja até os Estados Unidos onde considera como o lugar que melhor desenvolveu
a democracia e faz um estudo de todo processo norte americano, ele busca ainda
conciliar o desenvolvimento da igualdade sem prejuízo a liberdade, para
Tocqueville a quando mais uma nação fosse igualitária mais democrática ela
seria. Para o autor a democracia é um fenômeno universal, uma vez que Deus quer
assim, lutar contra democracia é lutar
contra Deus. Os perigosos desvios da
igualdade são para Tocqueville a Tirania
da Maioria e o surgimento de um Estado Autoritário Despótico, falaremos
disso mais adiantes antes iremos ressaltar que o conceito de igualdade foi
bastante criticado por outros autores principalmente nos Estados Unidos, onde
os ricos eram uma minoria, em resposta Tocqueville considera igualdade somente
no campo da política e cultura. Tirania
da Maioria é vista como um perigo da democracia, seria resultada por
conseqüências políticas de um povo e consistiria em costumes da maioria
suprimir as minorias ou grupos diferenciados. Ainda é criticado a questão do
individualismo que para o autor é resultado do capitalismo industrial, onde o
indivíduo busca a todo custo o enriquecimento, neste momento ele deixa de agir
e pensar em prol de todos e passa a pensar nele mesmo, dessa forma é abandonada
a vida política e o estado começa a tomar outra forma, agindo por conta
própria, restringindo liberdades fundamentais e caminhando par um Estado Autoritário. A liberdade é frágil para
Tocqueville mesmo depois de alcança a igualdade e a liberdade esta última é
bastante frágil, podendo a qualquer momento ser corrompida, para evitar isso
deve ser incumbido no povo o sentimento de Ação
política e Instituições Políticas, seriam estas responsáveis por fiscalizar
a aplicação da liberdade, mesmo sendo ela legalizada por lei, somente com a
Ação política por parte dos cidadãos torna possível a manutenção da liberdade,
e as instituições políticas por sua vez são fruto das ações da população como a
aglomeração, os partidos políticos e a descentralização administrativa. Para
ele se isso não ocorrer o Estado estaria mais empenhado em trabalhar
funcionalmente a favor do individualismo, prezando pelo enriquecimento e
manutenção básica dos mais pobres, que seria somente a vida, é um pouco do que
acontece no Brasil de Hoje.
3 - Marx - Do Direito à economia: Marx é antes
de mais nada um economista, mas também dedicou-se ao estudo do direito e da
filosofia, autor que buscava explicar os fenômenos políticos com base na
observação empírica dos fatos, estudando as condições históricas, materiais é
freqüentemente acusado de esquecer da política, visto que equivocadamente é
atribuído a ele o pensamento do materialismo
histórico, onde a política nada mais
seria que reflexos da economia. Emancipação
Social e política para Marx consistia em criticar a ausência das mesmas, na
verdade a emancipação política é
limitada para Marx ao passo que defende a necessidade da emancipação social, defender a emancipação social é defender a
revolução social, que por sua vez é uma critica a filosofia do direito e a
filosofia do Estado ambas vinda de Hegel, já na critica a emancipação política
uma das principais linha é a questão religiosa. Em outras linhas emancipação política só foi alcançada
de fato pelos burgueses que detém o poder político, já a emancipação social está é de responsabilidade dos proletários,
sendo somente com a conclusão desta, ser possível a instauração da real
democracia. O Estado e a transição para
o Socialismo é sem dúvida uma das passagens mais importantes deste autor,
para ele o Estado não só deveria ser usado a favor do proletário, mas deveria
ser totalmente abolido, essa abolição inicialmente deveria começar com a
hegemonia do proletário ao poder, depois a concentração dos meios de produção
na mão do estado, uma vez que a burguesia utilizava o Estado para garantir a
propriedade privada, os proletários deveriam utilizar o mesmo para garantir que
toda riqueza dos burgueses sejam retiradas e estes do poder, dessa forma
romperia com a luta de classes e todos seriam da mesma classe, só depois
aconteceria o fenômeno do desaparecimento das classes, ou seja, a ditadura do proletariado nada mais
seria que uma transição entre um Estado de classes desiguais para um Estado sem
classes. Para finalizar Marx via a comuna
como a antítese do Império (Estado), onde ao invés de Magistrados, Funcionários
públicos, o exército permanente, a polícia, o clero abririam espaço
respectivamente para pessoas eleitas e receberiam salário de operário, no lugar
do exército e da polícia existiria uma milícia nacional armada, o estado
deveria romper totalmente com o clero e os deputados seriam eleitos por
sufrágio universal para mandatos temporários e revogavéis. Dialética Materialista nada mais seria que o questionamento do
mundo real, partindo de uma tese
cria-se uma antítese, após o debate
entre ambas as visões deve sistematizar o conhecimento em uma síntese, dessa forma se alcançara uma
visão mais justa. Infra e Super
Estrutura para Marx é válido encarar este conceito como uma construção de
um prédio, façamos uma analogia com a sociedade, a base ou infra estrutura corresponde aos pilares da sociedade, são os meios
de produção da sociedade, enquanto que o prédio ou Super Estrutura corresponde a todo restante de uma sociedade, as
idéias, instituições, etc. Dessa forma a super e infra estrutura estão ligadas,
embora a super atue sobre a infra estrutura, são os fatores econômicos que
ditam as normas de uma sociedade.
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